quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Evolução

Antes:



Hoje:






Há alguns anos, dobrei esse modelo de Anibal Voyer. O resultado final não foi tão satisfatório mas, à época, fiquei super empolgado. Pela primeira vez tinha conseguido dobrar alguma coisa com várias patas, rabo, orelhas etc. Era o meu primeiro modelo "complicado". Esse primeiro cavalo que dobrei é justamente o laranja que aparece acima.

Há alguns dias, para um desafio da comunidade "A Arte do Origami", resolvi dobrar novamente esse modelo. O resultado é esse corcel negro acima.

Acho que é perceptível a mudança.

Espero que isso sirva de inspiração para aqueles que pensam que nunca vão conseguir dobrar os modelos mais complicados.

Nunca desistir, é o lema.

Abraços e boas festas.

Modelo Criado por Anibal Voyer
Papel: Tant 35cm x 35cm

domingo, 9 de agosto de 2009

Simplicidade

Nem todo Origami precisa de inúmeras dobras. Na verdade, já dobro há mais de 20 anos e só nos últimos quatro descobri as dobras mais complexas.

Acho uma pena que a maioria dos mestres esqueçam os origamis simples, com poucas dobras e formas mais geométricas.

Talvez, esses modelos complexos afastem cada vez mais as pessoas da arte de dobrar. Muitos acham que não conseguirão dobrar diagramas com mais de 100 passos e ficam apenas observando fotos ao invés de assumirem um papel ativo de "dobrador".

Lembro que, quando criança, bastava dobrar os modelos uma vez para aprender a fazê-los (como é o caso desse da foto). Atualmente, os origamis que dobro são tão complicados que não me aventuro a executar um diagrama mais de uma vez.

Não estou defendendo o retrocesso na criação. Todo dia temos mais e mais modelos impressionates e as técnicas se multiplicam. Para os amantes das dobras há sempre material novo.

Mas e as pessoas que não sabem dobrar? E as crianças que adoram dobrar mas se perdem com diagramas complexos? E a graça de pegar qualquer papel pequeno e transformá-lo em arte com poucas dobras?

Acho que a criatividade dos grandes criadores poderia também se voltar um pouquinho para a criação de modelos belos, mas com dobras mais simples e formas mais geométricas como era antes.

Esse modelo eu fiz há uns 10 anos, quando ainda não conhecia Roman Diaz, Nicolas Terry, Satoshi , Robert Lang etc.
Trata-se de um dromedário dobrado a partir da base do pássaro (a mesma do tsuru), muito facil de dobrar.

Modelo: Dromedário
Papel: Próprio para origami 15cm x 15cm
Autor: ?
Livro: Não tenho mais e nem lembro qual era

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Superordem: Dinosauria
Ordem: Ornithischia
Subordem: Thyreophora
Infraordem: Stegosauria
Família: Stegosauridae
Género: Stegosaurus
Origami criado por: Fumiaki Kawata
Interpretado por: Youji Minami
Diagrama no Livro: Origami Fantasy, Origamihouse, pg 134
Papel: Tant 35 x 35 cm

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Respeitável Público !!




Cada ramo do conhecimento humano passa por períodos de estagnação onde quase nenhum novo saber é agregado. Súbito, uma nova descoberta ocorre e as águas da cultura, outrora calmas como um rio sem brisa, agitam-se em ondas colossais. Não é diferente com o Origami. Antigamente, objetos mais complicados eram dobrados a partir de várias folhas, até que uma nova descoberta mudou tudo. Segundo Robert Lang ¹ isso ocorreu quando Emmanuel Mosser dobrou um trem com dois vagões utilizando apenas uma única folha de papel e sem cortes. A novidade foi a técnica empregada e que possibilitou aos artistas a criação de modelos mais complexos a partir de um simples pedaço de papel. Qual foi a técnica? box-pleating. É complicado explicar como ela funciona em um blog, mas Eric Kenneway nos dá o norte ²: "Se você dividir uma folha de papel em pequenos quadrados fazendo uma série de dobras paralelas às bordas, primeiro horizontalmente e depois verticalmente, e se você girar o papel e fazer vincos diagonalmente nos dois sentidos por toda a folha, o resultado é um padrão de dobras (CP) o qual se assemelha com pequenas bases preliminares enfileiradas" (nossa tradução). Teoricamente, você teria uma base universal a partir da qual poderia dobrar figuras complexas. Outros pioneiros nessa técnica foram Fred Rohm e Neal Elias. Este último, desejava dobrar "A Última Ceia" com a figura de Cristo e todos os apóstolos com uma única folha de papel. Até onde sei, não logrou êxito. Atualmente, o box-pleating é utilizado por todos os grandes mestres. Acho que todas as figuras humanas mais complexas dobradas que conheço utilizam o box pleating. Basta ver os modelos de Hojyo Takashi (exemplo: "a violonista" em postagens mais antigas deste blog).

O modelo acima foi criado por Max Hulme utilizando Box-Pleating.
01 única folha de papel retangular de 48cm x 24cm - sem cortes ou cola
Tipo de papel: não faço a mínima idéia. comprei em uma livraria em 2006!!
Diagrama no livro - Complete Origami (ver abaixo)

Para saber mais:
¹ LANG, Robert J. - Origami Design Secrets: mathematical methods for an ancient art - 2003 - A K Peters, Ltd.

² KENNEWAY, Eric - Complete Origami - 2000 - St. Martin´s Griffin

domingo, 5 de abril de 2009


Um ponto importante nos acabamentos de um origami é saber o momento exato de para de dobrar. As vezes, ficamos dobrando, dobrando, para melhorar o resultado final e o papel fica desgastado podendo até mesmo rasgar. Foi o quase aconteceu com essa tarântula.

Livro: Origami Insects Vol 2 - Robert Lang - Origamihouse
Papel: Kraft 40 x 40

domingo, 29 de março de 2009

Escorpión Buthus - Manuel Sirgo - escorpión - scorpion - escorpião

Sobre o papel utilizado (Papel Kraft, aproximadamente 50 xm x 50cm)
Eu não costumo dobrar insetos (ou semelhantes pois o escorpião não é inseto) pois é muito difícil encontrar um papel adequado para a tarefa. O nome do papel que utilizei para este modelo é Kraft, que é extremamente forte, praticamente "irrasgável" (nem sei se existe essa palavra) e que suportou todas as pressões, apertos, desdobras e dobras sem nenhum rasgão!!! Realmente impressionante. Aliás, Kraft em alemão quer dizer força. Eu tinha este papel guardado há um tempão e não sabia o quanto era eficiente.
É um papel extremamete recomendável para modelos que exigem folhas grandes e que aguentem pressão. Pode ser encontrado no site: www.origami-shop.com (veja recado ao lado)

Sobre o modelo:
O maior problema em se dobrar um escorpião é tentar fazê-lo seguindo a anatomia do bichinho.
Os maiores desafios a serem vencidos são:
1. O abdome (que é na parte de cima) possui sete divisões que vão ficando maiores na medida em que se aproximam da cauda. É muito difícil conseguir dobrar exatamente sete divisões e ainda deixar "espaço" para dobrar a cauda. A curiosidade é que no diagrama há o comando para as sete divisões mas, nas fotos do modelo no livro, só há quatro divisões. Acho que nem o autor teve paciência para dobrar todas as sete.
2. A cauda possui 5 divisões (arredondadas) e o aguilhão.
3. As patas possuem quatro divisões cada.

O papel ajudou demais para o sucesso do modelo. Peço desculpas aos amantes de insetos pelos eventuais equívocos cometidos.

Dobrado a partir do diagrama de Manuel Sirgo. Livro: "Imaginando em papel" - Salvatella - 2006 - pg. 197

quarta-feira, 18 de março de 2009

Aslam


Belo modelo que me custou algum tempo nos acabamentos. O papel sofreu bastante pois, quase no fim, me atrapalhei e tive que desdobrar e dobrar tudo novamente. Nem sei como o danado aguentou. Tenho certeza de que se fosse dobrá-lo novamente o resultado seria bem melhor, mas acontece que nunca (ou quase nunca) dobro o mesmo modelo mais de uma vez. Ocorre que tenho pouco tempo livre e prefiro sempre arriscar algo novo. Quem sabe algum dia, com mais tempo.... O leão é um animal fascinante, mesmo dobrado, não perde sua pompa. Esse modelo ao vivo é impressionante, com uma enorme juba tridimensional.... Recomendo!!

Papel utilizado: Washi de 35 x 35cm
Criador: Satoshi Kamiya
Interpretação de Youji Minami
Diagrama no Livro Tanteidan Convention v.13 Pg. 41 a 53

sábado, 14 de fevereiro de 2009

King Kong

Antes dos acabamentos:

Com acabamentos:


Em 1985 li um artigo que falava sobre mestres japoneses que conseguiam dobrar até mesmo um gorila com uma única folha de papel. Desde então, eu sempre quis dobrar um. Uma vez tentei dobrá-lo a partir de um diagrama de Mr. Yoshizawa. Eram pouquíssimos passos mas o acabamento, apesar de simples, exigia muita lapidação. Eu não consegui.
Agora, finalmente, encontrei um diagrama que soubesse dobrar e aqui está o resultado.
Trata-se de um modelo criado pelo sul africano Quentin Trollip e dobrado com uma folha de papel Tant (78g/m²) de 35cm x 35cm. Novamente, os acabamentos são os responsáveis pelo resultado final.
Diagrama no Livro: Licence to Fold, Pag 66