domingo, 8 de abril de 2012

O Elefante - (criado por Román Diaz)



OS CEGOS E O ELEFANTE

(História do Folclore Hindu)

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como os seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas recorriam à sua ajuda.

Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre  qual seria o mais sábio.

Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:

- Somos cegos para que possamos ouvir e entender melhor que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí discutindo como se quisessem ganhar uma competição. Não aguento mais! Vou-me embora.

No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num enorme elefante. Os cegos nunca tinham tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.

O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:

- Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar nos seus músculos e eles não se movem; parecem paredes...

- Que palermice! - disse o segundo sábio, tocando nas presas do elefante. - Este animal é pontiagudo como uma lança, uma arma de guerra...

- Ambos se enganam - retorquiu o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia...

- Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia nas orelhas do elefante. - Este animal não se parece com nenhum outro. Os seus movimentos são bamboleantes, como se o seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante...

- Vejam só! - Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. - Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até  pendurar-me nele.

E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.

Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tacteou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:

- É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!

Fonte: http://www.fontedeluz.com/?ver=8&id=43, acesso em 08.04.2012

Dobrado por M.Y.Minami em papel Tant 35x35.
Modelo extraído do livro: Origami for Interpreters, Román Diaz, 2006.

sábado, 24 de março de 2012

Octopus...





Há anos não posto por aqui. Totalmente sem tempo. Pena. Há momentos em que devemos pensar se vale a pena correr tanto e deixar pequenas alegrias para trás. Bem... Há alguns dias perguntei a uma menininha se ela  sabia fazer origami. Ela disse que sabia dobrar um barquinho, "aquele origami que coloca quatro dedinhos", e um chapeuzinho "que é um barquinho de cabeça para baixo". Ela me perguntou o que eu sabia dobrar. Eu, para impressionar a menininha, pedi que ela escolhesse qualquer animal do mundo. Esperava que ela dissesse: cachorrinho, gatinho, passarinho etc. A resposta me deixou desconcertado: UM POLVO!!! Putz.... Bem.. missão dada é missão cumprida... Não ficou muito legal, mas, com boa vontade, dá para imaginar que cheguei a um resultado razoável.... A dificuldade deste modelo de Peter Engel (Livro: Origami from Angelfish to Zen) é a mesma de todos os origamis de bichinhos de mais de cinco pontas: deve-se usar um papel muito resistente e ter muita paciência nos acabamentos. Bem... pelo menos tive uma desculpa para dobrar... Aprendi a lição.